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  • Foto do escritorÉrico Hiroshi

A Osteopatia é uma especialidade médica?

Atualizado: 15 de jan.

A osteopatia é uma especialidade da área da saúde que está ficando cada vez mais conhecida no Brasil, mas ela já é relativamente antiga: foi fundada em 1875 pelo médico dos Estados Unidos, Andrew Taylor Still.

Dr Andrew Still médico osteopata e aluno de osteopatia osteopata é médico especialidade Santos Gonzaga
Dr Andrew Still com aluno de osteopatia

No Brasil muitas pessoas têm perguntado se o osteopata é médico. A resposta mais rápida para essa pergunta é: são raros os osteopatas que são médicos no país. Aqui, a maior parte dos profissionais formados em osteopatia são fisioterapeutas, ao contrário dos Estados Unidos, que é o único lugar do mundo onde os osteopatas são formados em escolas de medicina.

Se quiser entender mais um pouco sobre como funciona a formação em osteopatia no Brasil e em outros países, leio o resto do texto.

Se quiser saber mais sobre como funciona a osteopatia, clique aqui.


Primeiro é importante dizer que há um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) – o Benchmarks for Training in Osteopathy - que tem as diretrizes recomendadas e necessárias para formar osteopatas, reconhecendo dois tipos de formação:

Benchmarks for Training in Osteopathy da OMS

– Tipo 1: Uma faculdade de osteopatia de cerca de 4 anos, 4200 horas de formação e 1000 horas de práticas supervisionadas. O profissional saí graduado em osteopatia.

– Tipo 2: Voltada para quem já tem outra formação prévia na área de saúde e quer se tornar osteopata. É preciso treinamento específico em competências da osteopatia de, no mínimo, 1000 horas/aula, além de estágios supervisionados. Aqui entram pessoas com formação prévia em fisioterapia, medicina, enfermagem, etc.


Em cada país que têm legislação sobre a osteopatia há diferentes formas de regulação da profissão. Nos EUA, berço da osteopatia, é o único lugar do mundo onde tem escolas específicas que concedem o título de médico osteopata. Diferente do médico convencional, os formados em escolas de medicina osteopática aprendem sobre osteopatia, mas também podem fazer as mesmas residências e podem ter atuação parecida comquem se forma em escola de medicina tradicional, inclusive prescrevendo medicamentos e fazendo cirurgias.

Alguns outros países há faculdade para formação de osteopatas (tipo I) como na França e Austrália e, em outros países, há cursos para tornar profissionais de outras áreas da saúde em osteopatas (tipo II), como na Espanha e Itália, e tem países que aceitam tanto formações do tipo I como do tipo II. Existem programas de formação de osteopatas em mais de 25 países.


No Brasil a osteopatia ainda não é uma profissão regulamentada com leis próprias, como já é a medicina, fisioterapia, engenharia, etc. Como profissão regulamentada se considera aquela que tem um conselho federal com sede em Brasília que regulamenta as regras e fiscaliza os profissionais da área. Mas há um projeto de lei que está tramitando para tentar regulamentar e torná-la uma profissão reconhecida e independente, mas esse projeto de lei ainda não tramitou totalmente (PL 2778/2015).

Como em outros países, aqui temos um Registro Brasileiro dos Osteopatas (RBrO) que tenta regulamentar, junto à esse projeto de lei, a profissão de osteopatia no Brasil. Em todo país que possuí um registro de osteopatas legalmente reconhecido é esse órgão que funciona como um conselho de classe que regulamenta e fiscaliza a formação e atuação dos osteopatas no país.

Existe a Aliança Internacional dos Osteopatas (OIA), atrelada à OMS, que vincula os Registros de Osteopatia de cada país. Para essas instituições o osteopata é aquele que passou por toda carga horária de estudos e estágios (seja tipo I ou II) e defendeu um trabalho de conclusão de curso em frente uma banca internacional para receber o título de Diploma Internacional em Osteopatia (D.O). Com o D.O validado no Registro daquele país esse profissional pode exercer a profissão de osteopatia em qualquer país que tenha um Registro dos Osteopatas.

Aqui no Brasil os primeiros osteopatas que se tem notícia chegaram nos anos 80, mas tem escolas de formação no final dos anos 90. Essas escolas surgiram para dar formação do tipo II para fisioterapeutas. O conselho federal de fisioterapia (COFFITO) alega que a osteopatia é uma especialidade exclusiva da fisioterapia no Brasil e existe uma associação que representa os fisioterapeutas osteopatas, a Associação dos Osteopatas do Brasil (AOB). O profissional que quiser ter o título de Fisioterapeuta Especialista em Osteopatia precisa passar uma prova escrita e comprovar carga horária de estudos específicos e estágios supervisionados.


Em resumo: osteopata no Brasil pode ser médico, mas são raros os médicos que fizeram formação em osteopatia e exercem os conceitos osteopáticos dentro de sua prática clínica. A maior parte dos osteopatas do Brasil são fisioterapeutas que fizeram formação tipo II de, em média, 4 a 5 anos após a formação em fisioterapia.




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